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Residência MZ

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Com generosa área de 294 m², o pavilhão de lazer projetado pelo escritório Basiches Arquitetos combina funcionalidade, integração e um programa que garante a diversão máxima. Imagens: Ricardo Bassetti
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Flexibilidade e conforto na área de lazer

Texto: Tais Mello

Desenvolver uma reforma a partir de um projeto existente é sempre um desafio. No caso da Residência MZ, reformulada pelo escritório Basiches Arquitetos, não foi diferente. Com excelente potencial, a construção foi implantada em um terreno amplo, mas encontrava-se mal programada. “Estávamos diante de uma casa que cresceu com o tempo, aos poucos e totalmente desorganizada”, conta José Ricardo Basiches, autor do projeto em conjunto com Ronaldo Shinohara.

Usada por uma família como casa de veraneio, o partido acumulava em cada canto uma vivência, a riqueza de histórias de toda uma vida, o que dificultava partir para a simples demolição de algumas áreas. Ao estudar o partido, os arquitetos decidiram manter a área íntima, o spa – recém-construído – e demolir o quiosque, uma estrutura de lazer, com um pé-direito gigantesco, de 6 m de altura. Lá aconteciam todas as confraternizações da família: eles faziam almoços, jantares, baladas e festas nos diversos finais de semana.

Estávamos diante de uma casa que cresceu com o tempo, aos poucos e totalmente desorganizada José Ricardo Basiches

“Mas faltava harmonia arquitetônica, o quiosque estava inteiramente desequilibrado no contexto da casa”, complementa Basiches. No lugar desse prédio, eles construíram um pavilhão, uma estrutura de concreto simples, teoricamente minimalista, sem divisão. “Ele não tem paredes internas, é um pavilhão mesmo, com 294 m². Longe de ser frio, sua arquitetura prioriza o uso de materiais naturais nos acabamentos, como a madeira, que aquece e dá calor ao partido”.

Pavilhão de lazer

O projeto é um anexo de lazer, uma remodelação total pedida pelos moradores, com a proposta de criar um novo bloco destinado ao convívio social da casa. “Nossa preocupação era erguer um volume agressivo dentro do terreno, porque o programa era grande, eles queriam uma área gourmet com forno de pizza, churrasqueira, salão de jogos, home theater. Havia o risco de ele tornar-se um elefante branco, pesado, então decidimos construir um volume mais linear, retilíneo e próximo ao muro do vizinho”, conta Ronaldo.

Depois de pronto, o pavilhão de lazer virou o centro da casa, um elo entre a parte antiga e a nova. Para os arquitetos, o sucesso do desse projeto está em conquistar a confiança dos moradores, que concordaram em demolir um quiosque, que era o coração da casa, trocando-o por um pavilhão de concreto. “Isso é bem impactante. Erguer uma nova construção, demolir uma área nova, preservar uma área existente, sem perder a identidade da casa”, arremata Basiches.

Em formato de 'L', ora a varanda está delimitada, ora integrada por grandes panos de vidro que correm pra lá e pra cá. Assim, quando as portas são recolhidas, a área duplica Foto: Ricardo Bassetti

Varanda integradora

O fato de planejar à área do pavilhão de forma integrada, deixou margem para criar uma interessante varanda coberta – a partir do prolongamento de uma aba de concreto. Em formato de 'L', ora ela está delimitada, ora integrada por grandes panos de vidro que correm para lá e para cá. Quando as portas são recolhidas, a área duplica. Mas se a intenção for ter um espaço mais reservado, fecham-se as portas, e ainda assim sobra um estar bem generoso.

A piscina foi totalmente redesenhada e pensada de acordo com o layout do pavilhão. Seu perímetro repete o perímetro interno da nova construção em termos de desenho, o que é muito interessante Ronaldo Shinohara

A solução deixa os ambientes totalmente flexíveis. “É como se tivéssemos em um mesmo volume um paredão, no qual tudo acontece. No começo, temos uma lareira, depois um lavabo escondido, um home theater, um bar... e tudo isso no mesmo alinhamento, até virar para um dos lados e surgir o espaço gourmet”, descreve Ronaldo.

Piscina

O pavilhão e a casa existente configuraram um pátio interno, no qual a piscina é o destaque do projeto. Ela foi totalmente redesenhada e pensada de acordo com o layout do pavilhão. Seu perímetro repete o perímetro interno da nova construção em termos de desenho, “o que é muito interessante”, conta Ronaldo. Próximo fica o spa, menor, mas valorizado pelo projeto de paisagismo, que foi reforçado com o replantio de árvores.

Materiais simples

Sendo uma casa de praia, foram usados materiais simples e práticos de serem mantidos no dia a dia. 0s arquitetos fizeram questão de usar itens com aspecto natural como a madeira e a pedra. “Por isso o pavilhão ficou meio camuflado na paisagem, quase invisível dentro desses dois volumes, que é a casa existente e o spa no fundo do terreno. Com certeza foi um dos nossos acertos”, opina Ronaldo.

Todo o pavilhão é em concreto aparente, com réguas aparentes. “O fechamento é em vidro, feito por portas de correr, justamente para aproveitar toda a integração com a parte externa. O morador tem a possibilidade de, em um dia de frio, mais reservado, fechar as portas; e quando ele quiser integrar com a área da piscina, é possível recolhê-las e aproveitar o espaço externo”, relata o arquiteto Ronaldo Shinohara.

O fechamento é em vidro, feito por portas de correr, justamente para aproveitar toda a integração com a parte externa. O morador tem a possibilidade de, em um dia de frio, mais reservado, fechar as portas; e quando ele quiser integrar com a área da piscina, é possível recolhê-las e aproveitar o espaço externo José Ricardo Basiches

Os arquitetos optaram por um piso frio, ideal para áreas nas quais a areia é facilmente transportada nos pés dos frequentadores. Na extensão – área da varanda e deque –, os profissionais utilizaram a madeira. Já a área gourmet exibe acabamentos frios: “Agregamos uma pedra malaca cinza na face voltada para a área de serviço da casa. O piso, à primeira vista, parece concreto, mas na verdade é um revestimento que imita o material, em tom bem próximo”, revela José Ricardo. Para aquecer o espaço, a madeira está presente em todo o teto e ainda emoldura o revestimento frio.

Eficiência térmica e iluminação natural

Pensado em conjunto com a arquitetura, todo conceito de distribuição e intensidade da luz foi definido no projeto luminotécnico. A casa está voltada para a área da piscina e para as áreas verdes interna e externa – do condomínio que se estende e prolonga-se no terreno. “Toda a construção conversa para fora, por isso temos a entrada de luz natural intensa. Praticamente, ao longo do dia, acendem-se as luzes apenas quando escurece, porque os painéis e panos de vidro correm de um lado para o outro, deixando a luminosidade entrar de uma maneira incrível”, explica Basiches.

O arquiteto conta que, para segurar tanta claridade, foi necessário estender um pouco o prolongamento que conforma a varanda. “Essa é uma das áreas mais iluminadas da residência. À noite, o cenário muda. A conversa entre o interior e exterior continua, embora de outra forma. A iluminação artificial resgata toda a beleza e integração da casa com o jardim, de fora para dentro”.

Ventilação natural

Uma das grandes vantagens de usar caixilhos livres está em propiciar uma boa circulação, deixando o ambiente superarejado. O conforto térmico também é garantido pela laje com cobertura verde – gramado –, que ajuda a refrescar os ambientes internos, além de oferecer à edificação uma estética bem interessante. Ronaldo complementa: “Parece que o bloco surgiu da terra, meio mimetizado na paisagem”.

“A partir dos quartos é possível enxergar a cobertura do pavilhão. Um lindo visual, possível apenas porque existe uma logística em função de todos esses elementos”, reflete Basiches. Para os dias muito quentes, os arquitetos projetaram um sistema de climatização com ar condicionado, com o cuidado de embutir todos os equipamentos – ar condicionado, som, entre outros – no forro de madeira.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2012
  • Conclusão da obra: 2013
  • Área do terreno: 2.707 m²
  • Área construída: 1.124 m²

Ficha Técnica

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