Ao desenvolver o projeto arquitetônico da Residência Guarujá, a arquiteta Cris Fernandes buscou atender à principal demanda dos clientes: ter vista para o mar de qualquer lugar da residência. Com esse foco, um programa aberto e amplo foi criado para a morada de veraneio, localizada em um condomínio no Guarujá, litoral sul de São Paulo.
Por ser toda voltada para o mar, a casa é fresca e arejada Cris FernandesParte do lote deveria ter sua mata preservada, por isso a casa foi implantada em 60% da área. De acordo com a arquiteta, a concepção do projeto foi difícil, porque o terreno é extremamente íngreme. “O grande desafio foi colocar todas as áreas da construção, com esse grande desnível, integradas e de frente para o mar”, explica.
A solução foi dividir a Residência Guarujá em várias cotas. Assim, foi feito um tratamento em solo grampeado para conter esse corte da parede e contemplar o projeto em vários pavimentos.
No térreo, a residência abriga áreas de garagem, o hall de entrada principal e um elevador. Depois dos dois patamares dispostos para as escadas de circulação, a primeira cota – ou primeiro pavimento –, conta com dois quartos de hóspedes e outros dois quartos de serviço. Living, cozinha e salas de estar e jantar com terraço compõem o quinto nível, que também possui um hall de elevador, outro dormitório para visitas, a suíte máster e a suíte dos netos.
“A proprietária solicitou um dormitório para os netos ficarem juntos. Daí surgiu a ideia de fazer um beliche com um patamar superior para brincadeiras e uma “casinha da árvore” em cima do armário, com janelas com vista para o mar. O papel de parede é um painel com muita vegetação e animais para dar realidade à casinha”, conta a arquiteta.
Outro patamar com escada para circulação liga este ao último nível da Residência Guarujá. “O pavimento superior, que é o meu preferido, se destaca por conter a piscina com borda infinita. Quando adentramos esse andar, é possível ver como ela se emenda com o mar”, destaca Fernandes. O pavimento é uma área de lazer completa, com um elevador que sai da cozinha – disposta no pavimento inferior –, uma sala fechada para dias de chuvas e toda a vista para a mata.
A arquiteta destaca o grande espelho suspenso do hall de entrada, de 4 m de altura, e a decoração dessa área. “Vasos vietnamitas vermelhos com ramos verdes criam um jogo de transparência e luz de dentro para fora e de fora para dentro. Nessa entrada deixamos em torno do espelho um cimento rústico, para lembrarmos de toda a engenharia envolvida na construção”.
A estrutura da casa é 100% metálica. Além do metal, materiais como o granito – aplicado em todos os pisos – e as pedras são predominantes no projeto. “A maioria das paredes é revestida ou com pedra ou com porcelanato”, explica a arquiteta. Pela tonalidade esverdeada, a Pedra Hijau Lisa da Palimanan foi escolhida para revestir a piscina. “É um tom muito próximo da cor do mar. Combinou bem e ajudou a trazer a sensação de continuidade do horizonte”.
Cris também destaca a grande parede do último pavimento, que foi revestida em Pedra Moledo Guarujá. Por ser rústica, ela combina com as mesas e cadeiras em madeira de demolição, com o sofá em fibra sintética, com a mesa em granito e com a lareira; além de contrastar com o mar e o verde da mata, formando um conjunto bem harmônico.
Com formas limpas, os grandes vãos de vidro permitem ventilação cruzada em qualquer lugar da casa. “Por ser toda voltada para o mar, a casa é fresca e arejada”, conclui.
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