Como projetar uma casa de campo moderna com cara de fazenda brasileira? Encontrar a resposta para essa pergunta foi um desafio para o escritório Jacobsen Arquitetura, que se viu às voltas com a sugestão um pouco incomum dos proprietários. “Ao contrário do que parece, a contradição do vocabulário colonial brasileiro com os conceitos contemporâneos de arquitetura nos instigou a promover esse casamento”, confessa a arquiteta Marcela Siniauskas, do escritório Jacobsen Arquitetura.
A principal dificuldade estava em adaptar o terreno ao pavimento localizado a meio nível enterrado Marcela SiniauskasDe um lado eles uniram telhas, muros de pedra, estrutura em madeira, fechamentos em veneziana, pisos em granito serrado e tábuas corridas. Do outro, estruturaram pés-direitos altos, grandes portas de vidro, beirais ampliados, cômodos em balanço e independentes da esbelta estrutura. Assim nasceu a Residência GS, no interior de São Paulo, cidade de Itu. Uma casa com telhado tradicional com cumeeira, beiral, telhas cerâmicas e conceito de fazenda brasileira.
A casa de campo passou a ser conhecida por essas características, tão requisitadas pelo jovem e simpático casal de moradores. Ao tomar uma área do terreno sem desnível, a construção foi implantada em ‘T’, com privilegiada vista das salas e dos dormitórios voltada para a paisagem.
O programa extenso da casa pediu dois pavimentos e todos os ambientes distribuídos na área construída de pouco mais de 1.100 m². Para que o partido não tivesse aparência de sobrado, os pavimentos foram posicionados a meio nível do acesso. “A principal dificuldade estava em adaptar o terreno ao pavimento localizado a meio nível enterrado”, revela a arquiteta.
A entrada é marcada por um grande muro de pedra e pelo jardim interno banhado de luz natural. Ele atua como pulmão da construção, sendo responsável por distribuir os fluxos para as áreas íntimas através de escadas que vencem meio nível. Sala e varanda são ambientes contíguos e diretamente abertos ao jardim e piscina voltados para a mata. Áreas de sauna, ginástica, home theater e serviços mantém-se misteriosamente disfarçadas nos desníveis da topografia. “Por isso, ao olhar para a residência, enxerga-se uma construção visivelmente mais enxuta e leve”, justifica Marcela Siniauskas.
Nas fachadas, esquadrias de vidro demarcam as áreas sociais, enquanto as venezianas reguláveis de madeira povoam os quartos. Na frente direcionada para a rua, o muro de pedra é cenicamente iluminado e mais do que proteger garante a privacidade.
Ao olhar para a residência, enxerga-se uma construção visivelmente mais enxuta e leve Marcela SiniauskasA integração da vegetação nova com a vegetação local é um dos destaques no projeto de paisagismo de Gil Fialho. O paisagista complementou essas áreas ‘recheadas’ de verde com um gramado livre de lazer, também solicitado pelos moradores. A solução acabou dando um ‘respiro’ para a casa. Integrar é um requisito seguido entre interior e exterior. Siniauskas estimulou a ausência de limites entre a sala e varanda. “Nesses ambientes não se percebe o que é dentro e fora”.
No projeto de interiores, o conceito explorado segue a linha contemporânea-rústica. Móveis contemporâneos de madeira conversam com a arquitetura, mas, ao mesmo tempo, mantêm o caráter de rusticidade. Para aquecer os ambientes, tecidos coloridos estão presentes nos acessórios: almofadas, cortinas e revestimentos.
Para manter o tom de aconchego, luminárias de cobre com design minimalista foram coordenadas ao forro de madeira. “Simples, elas não conflitam com a arquitetura”, expõe Marcela. Para finalizar, os arquitetos garantiram mais funcionalidade e conforto por meio da automação simples do sistema de iluminação nas áreas sociais.
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