A estação Cidade Nova está localizada próxima à avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, em frente à prefeitura. Trata-se de uma área de transição entre a região central e a zona norte da capital. Segundo o arquiteto João Batista Martinez Correa, da JBMC arquitetura & urbanismo, um dos grandes desafios do projeto foi implantar a estação em uma área de densa malha ferroviária.
Tivemos de otimizar a área útil da estação no nível da plataforma central. Assim, buscamos um partido arquitetônico que evitasse a perda de área com estrutura. A solução foi criar um mezanino atirantado aos arcos metálicos estruturais João Batista Martinez Correa“Tivemos de otimizar a área útil da estação no nível da plataforma central. Assim, buscamos um partido arquitetônico que evitasse a perda de área com estrutura. A solução foi criar um mezanino atirantado aos arcos metálicos estruturais”, explica João Batista. A passarela conecta a avenida à estação de metrô, também construída com componentes metálicos. O resultado é uma obra urbana que redefiniu a paisagem local tanto para quem avista de longe a obra quanto para os usuários da estação.
A vista da cidade pode ser contemplada pela abóbada da estação em estrutura metálica, apoiada próxima ao muro que separa o metrô do terreno da Rede Ferroviária Federal. O prédio tem três andares: plataforma, mezanino e piso técnico. Os dois primeiros estão distantes quatro metros em altura; já o pavimento técnico, sob a plataforma, detém um pé-direito de dois metros.
Também é no mezanino que ficam as áreas operacionais, salas comerciais e os primeiros socorros. O corpo central, possui três níveis: um restrito e dois acessíveis ao público. Já as salas técnicas estão localizadas nas direções leste (que atendem a via) e oeste (que atendem a estação). O programa organiza não só as áreas operacionais do metrô (bloqueios, bilheterias e supervisão), mas a parte comercial: os quiosques.
A passarela de estrutura metálica é composta por três conjuntos de arcos em seção tubular. Os dois primeiros apresentam dois planos inclinados e aproximados apenas no meio do vão, na parte mais alta da passagem. Já mais próximo da estação, no último tramo, os arcos ficam em um plano inclinado, afastando-se na parte mais alta.
A solução em arcos adotada supre a necessidade de vencer o grande vão sobre a Avenida Presidente Vargas, ao lado do canal do mangue, no Rio de Janeiro. “Além de incorporar uma construção bela à paisagem da cidade”, declara o arquiteto. Outra justificativa para a imponência da obra é a referência visual que ela cria no tecido urbano, ajudando o usuário a identificar a estação do metrô, antes quase invisível para quem se encontrasse no eixo da avenida.
O desafio no projeto envolvia harmonizar a arquitetura da estação à da passarela. A solução encontrada remete às antigas pontes ferroviárias. Sobre a via, a passarela metálica tem quase 140 metros e é composta por três pares de estruturas em arco, que a sustentam através de tirantes. Funcionalmente, ela oferece vários acessos às baias de ônibus da avenida por meio de escadas e elevadores. Todos independentes da estrutura principal, para que sejam relocados se necessário.
Os dois primeiros pares de arcos vencem cada um, sobre a avenida e o canal do Mangue, um vão de 90 m. O terceiro, mais ao norte, cruza um vão de 40 metros sobre a via férrea. Mais adiante, ela se alarga e abriga a linha de bloqueios, bilheteria eletrônica, o posto de supervisão e outras áreas vinculadas à operação da estação.
Outra preocupação refere-se à altura dos arcos, que permitem a passagem de carros alegóricos rumo ao sambódromo João Batista Martinez CorreaO material e a forma das estruturas foram escolhidos para vencer grandes vãos sem interferir no dia a dia da avenida. João Batista conta que, no período das obras, os impactos no local foram minimizados ao máximo. “E o tempo e tamanho do canteiro de obras também, uma vez que as peças foram usinadas e pré-pintadas. Outra preocupação refere-se à altura dos arcos, que permitem a passagem de carros alegóricos rumo ao sambódromo”.
Interligada ao mezanino, a passarela de pedestres comporta todo o acesso à estação. Com iluminação natural e ventilação por efeito chaminé, a construção tem fechamento lateral em vidro. A transparência dá leveza ao conjunto urbano e ainda mantém a visão da Candelária.
O metrô de superfície Cidade Nova integra a linha 2 do trecho que liga Pavuna a Botafogo, atendendo a centenas de usuários por dia. Com a passarela de pedestres, ele gera conexões urbanas em diversas escalas na cidade: interliga as duas linhas de metrô pré-existentes (1 e 2); integra o sistema metroviário e o sistema público de ônibus; e possibilita uma futura conexão com a estação rodoviária, existente ao norte da estação e a travessia da Av. Presidente Vargas, interligando a Prefeitura à estação.
Escritório
Termos mais buscados