Comandado pelos chefs Alex Atala e Alain Poletto, o Restaurante Dalva e Dito está localizado nos Jardins, em São Paulo, com um projeto arquitetônico que não mede esforços para fazer referências ao interior mineiro.
Responsáveis pelo trabalho, a arquiteta Adriana Benguela e o designer Marcelo Rosenbaum, do escritório Rosenbaum®, contam que a intenção era criar um espaço qualificado para se promover um resgate da comida colonial brasileira, de uma maneira extremamente moderna e legítima.
“Nossa pesquisa para o desenvolvimento do projeto começou com uma viagem a Ouro Preto (MG), fonte do patrimônio arquitetônico brasileiro preservado. Revivemos a imagem do Brasil Colonial e voltamos com tudo isso fresco na cabeça e no coração”, contam os autores.
Assim, cada detalhe do Restaurante Dalva e Dito foi cuidadosamente pensado para transportar o cliente à cidade homenageada, o que pode ser percebido na cor do chão, nas paredes, nos ladrilhos, nas obras de artes e nas cerâmicas.
O uso de muxarabis nas paredes do terraço favoreceu a entrada de luz e ventilação naturais, além de deixar o clima mais agradável para os visitantes. “Esses elementos servem de grandes lamparinas para quem está dentro ou de passagem pela rua. Sinalizam o lugar de encontro e reencontro das nossas Dalvas e Ditos, do Brasil Colonial com sabores de hoje”, comentam Benguela e Rosenbaum.
O Restaurante Dalva e Dito conta com peças assinadas por renomados designers brasileiros, como o painel de cerâmica branca e azul do artista Athos Bulcão e o rosário de cerâmica do artista plástico Joelson Gomes, usados no salão principal.
Os grafites do pernambucano Derlon Almeida – que usam a técnica da xilogravura – também marcaram presença nas paredes do estabelecimento, trazendo uma dose de realismo ao projeto de interiores.
Uma curiosidade sobre as paredes do Restaurante Dalva e Dito é que elas são de Super Adobe, uma evolução da taipa de pilão. Essas paredes são construídas por jovens em condição de risco social do Instituto Arapoty, organização voltada para a disseminação dos valores sagrados indígenas. “A escolha dos objetos e obras de arte privilegia a nossa arte popular, mescla valores e faz uma ponte com a sofisticação dos acabamentos dos ambientes”, concluem os autores.
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