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Casa Cubo - São Paulo

Casa Cubo - São Paulo
A Casa Cubo, do studio mk27, mostra-se materializada, com robustas empenas de concreto, ou dissolvida na abundante vegetação do jardim – tudo depende do ângulo e do ponto de vista. Imagens: Fernando Guerra
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Caixa mágica

Texto: Gabrielle Victoriano

O sistema de painéis de metal e vidro encontra-se incorporado nas paredes e tem a importante função de manter o conforto térmico no interior Suzana Glogowski

Quem caminha inadvertidamente pelas ruas do bairro de Pinheiros, nos limites do Jardim Europa, em São Paulo, poderá se deparar com uma construção nada comum. De acordo com o ângulo de visão do expectador, a Casa Cubo mostra-se no terreno de 900 metros quadrados como uma caixa quase hermética ou, de forma surpreendente, desponta parcialmente da mata – um exuberante jardim que envolve o partido. Marcio Kogan e Suzana Glogowski, autor e coautora da obra, do escritório de arquitetura studio mk27 complementam: “Cria-se a sensação de uma caixa mágica que ora se materializa, ora se dissolve”.

O volume está rodeado por um muro de concreto e metal. Ao atravessar esse limite e alcançar o jardim, depara-se com um cubo com rasgos nos pavimentos superiores e um térreo repleto de esquadrias de tela metálica perfurada. Quando abertas, as esquadrias integram as áreas de estar e jantar à parte externa, transformando o espaço em uma generosa varanda.

Originado da reunião de lotes, o terreno pequeno para o programa e para as demandas de uma família impulsionou a construção de um partido vertical. As áreas íntima, de serviço e social espalham-se nos três andares do cubo quase perfeito, cuja volumetria retilínea e precisa é uma réplica da forma regular do terreno.

Cubo desconstruído

Sua estrutura caracteriza-se por quatro empenas de concreto aparente e perfuradas que dividem praticamente as mesmas proporções com os pisos e a cobertura. Para acomodar o programa da residência, os arquitetos desconstruíram o cubo. Parte do térreo foi subtraído, uma vez que esta fatia sobre o solo é sustentada por pilotis redondos. No lugar de habituais paredes de concreto ou mesmo aberturas envidraçadas, há uma fita metálica montada em três portas deslizantes do mesmo tamanho.

Quando inteiramente abertos, os painéis integram ambiente interno à área externaFoto: Fernando Guerra

Direcionadas para a piscina, e para o fundo – a janela da sala de TV –, as aberturas revelam o interior das salas de jantar e estar, ocupado por 2/3 da área, e pela cozinha acomodada no espaço restante. Já o segundo andar, com paredes de concreto, resguarda o setor íntimo. Dormitórios dos filhos alinham-se sobre as salas, enquanto a sala de TV sobrepõe-se à área da cozinha. A densidade do material só é vencida pelas janelas que revelam a área interna dos quartos.

A proteção visual do concreto continua no terceiro pavimento, na porção do closet e banheiro. No entanto, a suíte principal – cuja área é praticamente a mesma do closet e está localizada na fachada – foge à regra ao ser fartamente iluminada por uma grande abertura envidraçada. Nesse andar o escritório vazado nas laterais deixa a impressão de estar em um túnel. “Ele é um paralelepípedo subtraído do cubo de concreto que atravessa todo o andar de um lado e do outro”, resume Marcio Kogan.

O último andar abriga não só parte da infraestrutura da casa, mas uma pequena área de estar ao ar livre em um jardim no terraço, feito para admirar a paisagem do entorno.

Conforto térmico e ventilação

Cria-se a sensação de uma caixa mágica que ora se materializa, ora se dissolve Marcio Kogan e Suzana Glogowski

O concreto aparente está nas fachadas. A escolha é considerada pelos arquitetos como a ideal para uma residência em uma grande cidade como São Paulo. Sua textura áspera é fruto do processo artesanal utilizado, com molde de madeira. Os painéis metálicos também remetem à cor do concreto. “O sistema de painéis de metal e vidro encontra-se incorporado nas paredes e tem a importante função de manter o conforto térmico no interior”, conta Suzana. Nas aberturas dos quartos – chamadas de perfurações pela arquiteta –, os painéis metálicos de folhas perfuradas filtram a luz, e os de vidro deslizante controlam a ventilação natural.

Para decidir o local ideal das aberturas no cubo os arquitetos levaram em consideração as condições climáticas. A caixa de concreto é totalmente integrada ao jardim e os painéis metálicos, quando fechados, dão ao dormitório privacidade e sombra. Quando abertos, tornam o espaço interior uma extensão de espaço ao ar livre.

Ver a Casa Cubo à luz do dia e à noite são experiências distintas. Sem a luz do sol, ela torna-se uma lanterna. O espaço interno fica evidente desde a fachada, uma vez que o volume denso de concreto apaga-se e, em seu lugar surgem volumes de luz internos.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2008
  • Conclusão da obra: 2012
  • Área do terreno: 900 m²
  • Área construída: 540 m²

Ficha Técnica

Fornecedores desta obra

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