Projetada para integrar ambientes internos aos externos e servir de área única de contemplação, a Casa Txai – de autoria dos arquitetos Marcio Kogan, Gabriel Kogan e Carolina Castroviejo, do studio mk27 – transmite a seus ocupantes a perfeita atmosfera baiana, que instiga o relaxamento e bem-estar trazidos do contato com a natureza. Instalada em frente à praia de Itacaré, a morada apresenta linhas modernas e coloridas, que remetem às casas típicas da região.
De acordo com Gabriel Kogan, a residência foi construída para os períodos de férias de uma família que mora fora do país. “A casa é ligada a um hotel, do qual os clientes eram frequentadores e trouxeram elementos como referência. Telhas de barro e acabamentos naturais deveriam caracterizar a construção”, explica.
Por estar 13 metros acima do nível do mar, o terreno da Casa Txai permite que os usuários tenham vista das copas das árvores mesclada à da praia. “A casa foi implantada com máxima preservação da topografia e correta orientação aos ventos e ao sol”, comenta Carolina. Ela explica que, para integrar os ambientes internos ao jardim, de modo a criar fluxos externos, foram construídos dois níveis sem imposição dos andares, evitando a total verticalização. “Não há qualquer conexão interna entre o pavimento da sala e da cozinha com os quartos. Os percursos internos são feitos nas áreas externas do jardim, de maneira que os moradores vivem o clima do entorno”, ressalta.
A sala de estar, protegida por uma laje protendida e construída amplamente no primeiro pavimento, é aberta por meio dos grandes panos de vidro e vedações – criando uma grande varanda. A cozinha integra-se a essa área e se apresenta para a sala de jantar. “Ela está instalada em um volume de madeira, que abriga também um lavabo e a área de serviços”, destaca Gabriel Kogan. “Em frente à essa ‘sala-varanda’ e às espreguiçadeiras do extenso deck, a piscina se impõe e se integra à vista com borda infinita e formato retangular”, complementa. O arquiteto também destaca o racional sistema estrutural em formato dominó, que foi modulado em vãos de 9,70 e 6,30 m.
De acordo com Carolina, o segundo pavimento da casa abriga os quartos e tem design único. “Esse pavimento, locado sob um telhado em águas, se destaca pelos volumes coloridos de madeira e estuque”. Além disso, ela destaca os banheiros, que se estendem para fora da cobertura e se abrem para a natureza. “Eles possuem jardins individuais definidos por muros, como pátios. Os espaços contam com redes, que são presas no próprio forro de madeira reciclada”, completa.
A madeira local é predominante na obra. Além de compor a estrutura, é destaque nas portas de muxarabis – que permitem, por meio da treliça, a entrada de ventilação e luz naturais. “Optamos por colorir esses planos de madeira do volume dos quartos com tons vivos. Além de traduzir a essência da região da Bahia, contribuem protegendo o material da maresia”, destaca Gabriel. Já as vedações externas receberam acabamento com massa texturizada pigmentada. “Privilegiamos os acabamentos brutos que envelhecem com beleza no ambiente litorâneo”.
Carolina comenta também a importância do design brasileiro na morada. “Quisemos explorar esse universo utilizando peças modernas ou de reedição, de nomes como Sergio Rodrigues e Carlos Motta; além de sempre utilizar materiais naturais como couro e linho, de forma a explorar cores quentes”.
Todos os ambientes da casa têm ventilação cruzada plena e iluminação delicada, que trazem conforto e satisfação. “A iluminação é feita com abajures e luminárias embutidas no piso. A única exceção é a sala de jantar, que conta com pendentes e luminárias no forro na cozinha”, conclui Kogan.
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