À beira do Mar da Noruega, o município de Møre og Romsdal, que fica a cerca de 500 km ao norte de Oslo, mantém as atividades inerentes ao clima e à biodiversidade da região. A pesca, por exemplo, é um comércio que aproxima as pessoas do mar, mas sobretudo da natureza – ponto considerado crucial para todo cidadão norueguês. Mesmo com a urbanização da cidade, eles têm procurado essa proximidade, como foi o caso dos proprietários da k.21 Skardsøya, concebida pelo escritório TYIN tegnestue Architects. Definida pelos criadores como uma casa de campo, essa edificação de 60 m² é cercada por rochedos, árvores e, claro, pelas águas salgadas, que estão a apenas 100 metros de distância.
É justamente a partir desse cenário que os arquitetos Andreas G. Gjertsen e Ørjan Nyheim determinaram a premissa do projeto arquitetônico da k.21 Skardsøya: preservação do entorno. De acordo com os profissionais, a arquitetura é mera coadjuvante e se presta apenas a oferecer aos moradores um local propício à contemplação da paisagem.
A k.21 Skardsøya se acomoda em três níveis diferentes. Isso reduz a altura da edificação e, consequentemente, enfatiza a conexão do interior com as áreas externas. Também em função dos desníveis, o impacto visual varia de acordo com a perspectiva a partir da qual se olha. Para se ter uma ideia, o ponto de acesso à residência está no lado ocidental do lote, ligeiramente menor do que a casa de campo em si. Do oeste (onde um mezanino foi adicionado), a cabana parece bastante alta, enquanto do leste essa percepção é contrária.
Além disso, as diferentes alturas do casebre delimitam os espaços internos, como cozinha, sala de estar, serviços, banheiro, dormitório, e por último, um pequeno mezanino, que serve de mirante. Nesse espaço, os rasgos verticais da janela são um convite à contemplação da vista.
Outros aspectos dão destaque à k.21 Skardsøya, como o fato de ela ter sido construída pelos próprios moradores. Os arquitetos contam que, assim que as obras acabaram, eles receberam o convite dos clientes para conferir o resultado final. E se impressionaram!
Basicamente, o edifício repousa sobre uma base de concreto, enquanto a estrutura foi erguida com vigas e paredes de madeira. Esse material, inclusive, foi colhido nas próprias florestas ao redor da casa e utilizado sem qualquer tratamento. Assim, com o passar do tempo, seu aspecto envelhecido trará um brilho natural à residência.
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