Inserida um terreno de 1.297m², a Residência AB é totalmente integrada com a área de preservação ambiental da cidade de Sousas, em Campinas (SP). O ponto alto do projeto arquitetônico – assinado pelo escritório Telles Arquitetura – está, sem dúvida, nas grandes aberturas criadas, que possibilitam aos moradores desfrutar diariamente de boa dose de ventilação e iluminação natural.
A implantação da residência partiu dos condicionantes rua, reserva natural nos fundos do lote, orientação para o norte e declividade. Esses pontos desenvolveram a estrutura em um eixo que liga a rua à mata através de rampas e pequenas escadas que adaptam a construção à topografia original.
Uma sequência de platôs foi a solução para organizar o terreno em declive, ou seja, o jogo de rampas organiza toda a circulação da Residência AB. O assentamento se dá linearmente no eixo leste/oeste, evocando uma ligação entre a rua e a reserva e proporcionando uma boa insolação e ventilação, ao mesmo tempo em que cria uma grande área livre em toda a extensão do térreo.
“A implantação e o sistema estrutural/construtivo deram suporte à racionalização do espaço e ênfase ao conforto ambiental. Todas essas questões buscam uma redução dos custos gerais tanto para a obra quanto para a manutenção da casa”, conta o arquiteto Bernardo Telles.
A residência é uma caixa em estrutura metálica apoiada sobre uma linha de pilares tubulares e contraventada em uma empena de bloco estrutural que a isola da alta insolação do sudoeste, abriga o setor íntimo e ajusta o espaço de convívio sob ela. Através de grandes portas de vidro, esse espaço abre-se para o terreno evitando, assim, uma delimitação entre interior e exterior.
O projeto da Residência AB consiste em um bloco que abriga os dormitórios no pavimento superior e se apoia sobre uma sequência de pilares tubulares em aço e também em uma grande parede em alvenaria estrutural. Tanto os pilares quanto a parede estão localizados nas áreas de convívio do pavimento inferior.
O eixo longitudinal da casa é realçado pela ala dos ateliês projetada em um balanço de quase 12 m de comprimento em direção à bela paisagem sobre a mata.
Atravessando esse bloco está toda a faixa de circulação – rampas e passarelas – que se projeta externamente através do balanço criado para abrigar o ateliê. As vedações são em alvenaria de blocos de concreto rebocadas; já nas partes onde se exigia menor carga foram utilizados painéis cimentícios.
“Queríamos uma construção leve e despojada que viabilizasse a execução de todas as premissas idealizadas”, conclui Telles.
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